Estima-se que haja três casos de ceratocone em um grupo de 1.000 pessoas no Brasil, segundo dados da Universidade de São Paulo. Mas o que é esta doença? Quem ela atinge?
Ceratocone é uma patologia da córnea, de causa desconhecida, que provoca uma ectasia, ou afilamento, na área central da própria córnea, de maneira progressiva. À medida que esta se afina, o paciente percebe uma baixa da acuidade visual, a qual pode ser moderada ou severa, dependendo da quantidade do tecido corneano afetado.
Muitas pessoas não percebem que têm ceratocone, uma vez que se inicia sorrateiramente como uma miopia e astigmatismo no olho. Essa patologia ocular pode evoluir rapidamente, ou em outros casos levar anos para se desenvolver. Ela pode afetar severamente nossa forma de perceber o mundo, incluindo tarefas simples como dirigir, assistir à televisão ou ler um livro. Pode iniciar a partir dos 10 anos de idade e evoluir até a idade adulta.
Para haver confirmação desta patologia, o oftalmologista precisa pedir um exame específico chamado topografia corneana. Se for diagnosticada na fase inicial, mais fácil será o tratamento. Pessoas com ceratocone precoce tipicamente relatam uma pequena desfocagem de sua visão e procuram um oftalmologista em busca de lentes de contato para dirigir ou ler. No início, os sintomas são os mesmos de uma pessoa míope ou com astigmatismo, podendo ser corrigidos com lentes de contato gelatinosas ou rígidas.
Com a progressão da doença, a visão piora, muitas vezes rapidamente. A acuidade visual se torna prejudicada em todas as distâncias e a visão noturna é bastante fraca, podendo ter fotofobia e visão borrada, não conseguindo mais corrigir com lentes de contato. Nesses casos, pode ser indicado o transplante de córnea.
Transplante de córnea: quando é necessário?
No início da doença, é recomendável o uso de lentes de contato. Esta medida consegue dar uma um bom resultado, mas se o ceratocone evoluir, não se consegue uma boa adaptação da lente de contato devido à curvatura da córnea ser acentuada. Nestes casos, pode-se utilizar de anéis intracorneanos para regularizar a curvatura da córnea, mas o único tratamento é o transplante de córnea.
Hoje, o transplante de córnea é coberto pelo SUS e pelos planos de saúde. Em alguns estados brasileiros, há fila de espera pela córnea doadora. Não costuma ser curta, mas também não dura mais de 30 dias. O transplante consiste na substituição da córnea alterada por uma córnea doadora. Geralmente a cirurgia costuma ter uma duração de 30 a 40 minutos.
A anestesia é, na maioria das vezes, local. O transplante de córnea apresenta alta porcentagem de sucesso, entre 80% a 90% de sucesso em situações não complicadas (de acordo com estatísticas mundiais). Em casos complicados, a taxa de sucesso pode diminuir.
No pós-operatório, o paciente deverá usar colírios a base de corticoides e antibióticos. Deve-se evitar o esforço físico
Fonte: www.minhavida.com.br